Nesse artigo, você vai aprender absolutamente TUDO sobre Renda Fixa, desde como é calculada a rentabilização de um título até as características dos Títulos Públicos e Títulos Privados.
Segue abaixo a divisão de artigo:
Marcação A Mercado X Marcação Na Curva
Tesouro Direto
Títulos Privados
Glossário Renda Fixa
Marcação Na Curva X Marcação Na Curva
Nessa parte você vai entender o que é Marcação Na Curva e Marcação A Mercado, dois conceitos essenciais para você entender a remuneração do Tesouro Direto e de outros produtos de Renda Fixa, como CDB e LCI.
Marcação Na Curva
Marcação Na Curva ocorre apenas com produtos de bancos prefixados (CDB, LCI e LCA) e funcionam da seguinte maneira: suponha que você possua um CDB prefixado que pague 10% ao ano. Se esse título vale R$ 1.000,00 hoje, daqui um ano valerá R$ 1.100,00, ou seja, irá render todo dia o equivalente a 0,0278 % até chegar a 10%.
Verificando:
Rentabilidade Diária = [(1 +10% ^(1/252)]
Rentabilidade Diária = 0,0278 %
Valor de Face = 1.000 x 1,10 = R$ 1.100
A Marcação Na Curva significa que não importa as condições de juros do mercado, o rendimento sempre será de 10% e o valor final será o mesmo caso o título seja mantido até o vencimento.
O mesmo cálculo vale para outros produtos bancários, como CDB e LCA. Esse é um dos motivos pelo qual esses produtos são tão populares: são uma forma de remuneração relativamente segura para o emissor, que sabe exatamente quanto vai pagar no final do prazo, independente das condições do mercado.
É importante frisar que a Marcação Na Curva ocorre para os produtos Prefixados, uma vez que, como veremos mais adiante, os Posfixados acompanham a Taxa DI.
Marcação A Mercado
O outro tipo de remuneração, a Marcação A Mercado, ocorre de uma maneira totalmente diferente.
Nela, o valor presente do título altera de acordo com a taxa de juros do momento, podendo valorizar ou desvalorizar de acordo com a natureza do título.
Os títulos prefixados possuem um valor de face fixo de R$ 1.000,00. Isso significa que caso o título seja mantido até a data de vencimento, o valor bruto de resgate será sempre de R$ 1.000,00.
Sabendo disso, vamos supor que o investidor queira comprar um título Tesouro Prefixado com vencimento de 2 anos a uma taxa de 12,30%. Como calcular o valor presente dele?
Preço de hoje = R$ 1.000,00/(1+0,1230)² = R$ 792,94
O investidor pagaria cerca de R$ 660,98 nessas condições. Agora supondo que esse investidor queira vender o título 6 meses depois e os juros tenham caído para 12%, por qual valor ele venderia? Utilizando o mesmo cálculo temos:
Preço de hoje = R$ 1.000,00/ (1+0,12)¹ = R$ 892,86
Isso significa que após um ano e um queda 0,30% nos juros, o preço do título subiria para R$ 892,86! Um ganho bruto de R$ 231,88 em um ano.
E se os juros tivessem subido 0,30%?
Preço de hoje = R$ 1.000,00/(1+0,1260)¹ = R$ 888,10
Nesse caso o ganho seria um pouco menor, mas ainda assim um ganho. Em qual situação é possível perder dinheiro então?
No exemplo utilizado, considerou-se um título com um vencimento curto, de 2 anos. No entanto, há títulos prefixados com vencimento em 2021, ou seja, um tempo maior para as taxas de juros variarem. Utilizando o Tesouro Prefixado 2021 como exemplo, temos:
Preço de hoje = R$ 1.000,00 / (1+0,1208)4 = R$ 633,71
Caso a taxa de juros suba 1%, teremos:
Preço de hoje = R$ 1.000,00 /(1+0,1308)4 = R$ 633,71
No entanto, caso o mesmo seja vendido antecipadamente, o seu Valor de Face será definido pelos juros de mercado do dia, ou seja, na negociação do título é o mercado que define a taxa de juros e, portanto, o Valor de Face do título.
TESOURO DIRETO
QUATRO PASSOS PARA INVESTIR NO TESOURO DIRETO
1. É preciso possuir conta corrente em uma instituição financeira.
2. Escolha uma corretora, que será o seu agente de custódia, para intermediar as transações. As corretoras podem ser independentes ou associadas à bancos. O ideal é que você escolha uma corretora independente para conseguir menores taxas de corretagem e custódia.
3. Após começar a operar na corretora, você deve solicitar a liberação de operações no Tesouro Direto. Apesar da maioria das corretoras permitirem a operação pela própria plataforma, você receberá uma senha da BM&FBovespa para acessar uma área restrita do Tesouro Direto, onde são realizadas todas operações referentes aos títulos.
4. Agora você já pode começar a operar no Tesouro Direto e comprar os títulos que mais se adequam ao seu perfil.
QUATRO MOTIVOS PARA VOCÊ INVESTIR NO TESOURO DIRETO
1. UMA TAXA DE 0,30% AO ANO
Caso decida investir no Tesouro Direto, você pagará apenas uma taxa de custódia anual de 0,30% ao ano para a BM&F, enquanto que em fundos de investimentos essas taxas podem ultrapassar facilmente os 3% ao ano.
Algumas corretoras cobram taxas adicionais para o investimento no Tesouro Direto, por isso certifique-se de você não está pagando nada além dos 3% ao ano e se estiver, troque de corretora.
Atualmente, a Easynvest e a XP Investimentos não cobram taxas adicionais para o investimento no Tesouro Direto.
2. LIQUIDEZ DIÁRIA
Caso você precise do dinheiro investido, basta pedir o resgate nos dias úteis que o preço do título será o valor de mercado, que irá depender da taxa de negociação no mercado secundário.
Apesar da liquidez diária, é preciso ter ciência que dependendo das condições de mercado, você pode sofrer prejuízo com títulos prefixados ou híbridos, sendo que o único título que não sofrerá perda é o Tesouro Selic.
DÍVIDA INTERNA = RISCO MENOR
Quando você investe em produtos bancários, como o CDB, você está emprestando dinheiro para o banco, ou seja, você é o credor. Isso significa que o risco do seu investimento está diretamente ligado à saúde financeira do banco, que, como qualquer empresa, pode estar enfrentando problemas financeiros e não pagar a dívida que tem como você. Isso significa que as chances de você perder seu investimento são reais.
Não se iluda com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), já que ele só é obrigado a cobrir eventuais calotes até o montante de R$ 250.000,00 se possuir dinheiro para isso.
Sabe qual era o último balanço da instituição, publicado em Junho de 2015? R$ 22 Bilhões em garantia do total de 1,75 trilhão em ativos. Isso significa que apenas 1,23% do sistema possui cobertura.
No caso do Tesouro Direto, o credor é o governo, o que significa que um eventual calote implicaria no não pagamento da Dívida Interna do país, algo que dificilmente aconteceria.
Portanto, os Títulos Públicos Federais são mais seguros que os produtos bancários e, como você verá mais adiante, rendem mais também.
3.IR
Ao comprar um título, a cobrança de IR ocorre somente no vencimento ou na venda antecipada do título e, uma vez que a alíquota é regressiva, quanto maior o tempo que você mantiver o título, menos imposto pagará sobre o rendimento bruto.
No caso dos títulos que possuem pagamentos de juros semestrais, a alíquota que irá incidir será a de 22,5% sobre todo pagamento realizado.

4.É POSSÍVEL COMPRAR 1% DE UM TÍTULO
Você não precisa comprar um título inteiro (que pode ser muito caro): é possível começar com apenas 1% de um título (desde que o valor não seja menor do que R$ 30,00), ou seja, com menos de R$ 100,00 você já pode iniciar seus investimentos, situação que dificilmente ocorrerá com investimentos em ações, já que são vendidas em lotes.
CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS
TESOURO PREFIXADO – LTN
O Tesouro Prefixado, antiga LTN, possui um valor fixo de R$ 1.000 na data do vencimento, isto é, caso o investidor mantenha o título até essa data ele receberá o valor bruto de R$ 1.000, sendo necessário descontar o imposto, inflação e taxas da corretora para saber o rendimento real do título.
Se mantivermos o título até a data do vencimento, sabemos exatamente qual seu rendimento, mas e se o título for vendido antes, o que acontece?
Em uma situação de venda antecipada dos títulos públicos, a possibilidade de ganho ou de perda será determinada pelos juros do mercado. É importante esclarecer que a Taxa Selic, determinada pelo BC, é a taxa de juros de curto prazo e taxa de mercado é a de longo prazo, sendo determinada pela expectativa do mercado com a trajetória da Taxa Selic o prêmio de risco.
Sabendo disso, vamos supor que o investidor queira comprar um título Tesouro Prefixado com vencimento de 2 anos a uma taxa de 12,30%. Como calcular o valor presente dele?
Preço de Hoje = (1.000/(1,1230²))
Preço de Hoje = R$ 792,94
O investidor pagaria cerca de R$ 660,98 nessas condições. Agora supondo que esse investidor queira vender o título 1 ano depois e os juros tenham caído para 12%, por qual valor ele venderia?
Utilizando o mesmo cálculo temos:
Preço de Hoje = (1.000/(1,12)²)
Preço de Hoje = R$ 892,86
Isso significa que após um ano e um queda 0,30% nos juros, o preço do título subiria para R$ 892,86! Um ganho bruto de R$ 231,88 em um ano.
Considerando 12,30% de juros, o que ocorreria se eles tivessem subido 0,30%?
Preço de Hoje = (1.000/(1,1260))
Preço de Hoje = R$ 888,10
Nesse caso o ganho seria um pouco menor, mas ainda assim um ganho. Em qual situação é possível perder dinheiro então?
No exemplo utilizado, considerou-se um título com um vencimento curto, de 2 anos. No entanto, há títulos prefixados com vencimento em 2021, ou seja, um tempo maior para as taxas de juros variarem e, portanto, com mais risco.
Utilizando o Tesouro Prefixado 2021 como exemplo, temos:
Preço de Hoje = (1.000/(1,1308)^4)
Preço de Hoje = R$ 611,58
Esses dois exemplos mostraram como o valor atual de um título pré-fixado é alterado de acordo com a expectativa da taxa de juros e como isso permite que você ganha ou perca dinheiro na venda de um título.
TÍTULO PÓSFIXADO
TESOURO SELIC (LFT)
Ao contrário do prefixado, o título posfixado não possui um rendimento determinado no momento da compra, pois a sua taxa de juros irá variar ao longo do tempo. O título posfixado disponível é o Tesouro Selic, que é atrelado à variação da taxa Selic e irá variar de acordo com as variações da taxa até o dia do vencimento.
Por ser atrelado à taxa Selic, muitos pensam que o título irá variar negativamente caso a taxa caia, o que não é verdade.
Para entender melhor, vamos compará-lo com o Tesouro Prefixado: trava-se um valor no futuro, isto é, R$ 1.000 e a variação do dia fica dependendo da taxa de juros do mercado. Nos títulos posfixados, não há um valor certo no futuro, o que significa que o valor diário é o que vale, sendo que este valor aumenta todo dia, pois é calculado através de juros compostos! Isso significa que o investidor só pode perder dinheiro caso a Taxa Selic seja negativa, o que não é, nem de longe, a situação do Brasil. Podemos afirmar, portanto, que no Tesouro Selic o investidor nunca perde dinheiro. Vamos utilizar um exemplo para entender melhor:
Suponha que um título seja emitido e que no seu primeiro dia valha R$ 1000,00. A taxa utilizada é a Selic efetiva que é aproximadamente 0,10% menor que a taxa Selic, ou seja, 10,05%.
Sendo assim, de um dia para outro o valor do título será de:
1.000 X (1 + 0,1005)^(1/252) = 1.000,52
O rendimento do dia 2 é, portanto: R$ 1000,52. Agora, supondo que a Selic caia no dia 2 para 14,15%, como ficaria o rendimento?
1.000,52 X (1 + 1,1005) ^ (1/252) = 1.001,59
Portanto, independente da Selic, esse título terá um rendimento positivo, o que torna uma ótima alternativa para alocar recursos que possam vir a ser utilizados em caso de emergência, o que não é indicado no caso dos prefixados, já que o investidor pode ser penalizado se resgatar o título antes.
TÍTULO INDEXADO
TESOURO IPCA + (NTN-B)
O Tesouro IPCA+ é um título híbrido, isto é, possui uma taxa prefixada e posfixada, sendo que a taxa pósfixada é o IPCA e a prefixada uma taxa informada no momento da compra do título.
No caso do Tesouro IPCA+, essa característica torna o título imune a inflação e garante um rendimento real. Uma vez que possui dois rendimentos, um prefixado e outro posfixado, o cálculo de valor do título é um pouco diferente, devendo ser feito de forma separado.
Para entendermos, vamos utilizar a LTN, um título prefixado, como exemplo: suponha que essa LTN vença em um ano e pague uma taxa de 12% de juros.
Como já vimos, para trazer esse valor para o presente, basta realizar o seguinte cálculo:
Preço de Hoje = (1.000/1,12)
Preço de Hoje = R$ 892,86
R$ 892,86 é o valor bruto após 1 ano. Para termos o valor do rendimento, devemos descontar a inflação, imposto e outras taxas. Nesse exemplo, vamos descontar só a inflação para facilitar.
Supondo uma inflação de 4,5%, temos um rendimento real de:
Valor Líquido = 852,68 X 0,9550
Valor Líquido = R$ 814,31
Para sabermos quais foram os nossos juros reais, fazemos os seguintes cálculos:
Juros Reais = ((1,12/1,045))-1
Juros Reais = 7,5%
Descontando o valor da inflação, temos juros reais de 7,5%, o que significa que mesmo sabendo o rendimento bruto final dos prefixados, não conseguimos determinar o rendimento líquido, já que não sabemos qual será inflação.
No entanto, como foi citado no início do capítulo, o Tesouro IPCA+ possui uma taxa de rendimento posfixada que acompanha o IPCA+, protegendo assim o rendimento prefixado do título, que é determinado no momento da compra.
Dessa maneira, mantendo o título até o final, é possível saber o rendimento líquido e real do valor prefixado.
Mas como determinar o valor total do título, já que ele possui as duas características?
O primeiro passo é trazer a taxa real, de 7,5%, para o presente, em porcentagem:
Valor Presente = (100%/(1,075))
Valor Presente = 93,02 %
Para calcular o rendimento posfixado, utilizamos um índice chamado VNA, que quando foi criado possui o valor de 1.000 e que hoje vale 2.999,721296.
Através desse índice, conseguimos saber a variação da inflação do nosso título, bastando, para isso, consultar o site http://www.anbima.com.br/vna/index.asp.
Após verificar o site, concluímos que o valor do VNA é de:
VNA = 2.999,721296
Com esse valor, basta multiplicar pela porcentagem da taxa real em relação ao valor do total.
Tesouro IPCA + = 93,02% X 2.999,72
Tesouro IPCA + = R$ 2.790,34
Caso a taxa suba para 10%, por exemplo, basta realizar o mesmo cálculo do Tesouro Prefixado e depois multiplicar pelo VNA:
Valor Presente = (100%/(1,1)
Valor Presente = 90,91 %
Tesouro IPCA+ = 90,91% X 2.999,72
Tesouro IPCA+ = R$ 2.727,05
Portanto, o Tesouro IPCA+ protege o título da inflação enquanto proporciona um rendimento real ao investidor, mas é preciso esclarecer que o IR pago incide sobre os dois rendimentos e precisa ser levado em conta na hora de apurar a rentabilidade real do título.
AUTOMATIZANDO OS CÁLCULOS
Uma vez entendido como funcionam os cálculos do Tesouro Direto, é hora de automatizá-los para ganhar tempo e precisão. Para isso, basta utilizar a calculadora do Tesouro Direto para calcular com precisão a rentabilidade de qualquer título, independente se você mantê-lo até a data do vencimento ou vende-lo antecipadamente.
Para isso, basta acessar o link http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto-calculadora e fazer inserir os dados do título que você deseja calcular. Caso deseje saber qual seria o rendimento em caso de venda antecipada, clique em Simulação Avançada – Venda Antecipada (opcional) e informe a data de venda e a taxa.
CENÁRIOS PARA CADA TÍTULO
Para finalizar o estudo sobre Tesouro Direto, vamos analisar em qual situação cada título é indicado baseado no seu comportamento.
TESOURO PREFIXADO – LTN
Uma vez que possui uma taxa e valor fixo caso seja mantido até o vencimento, o Tesouro Prefixado é indicado em um cenário de queda de juros. No entanto, quanto maior for o vencimento do título, mais volátil ele será, sendo indicado para investidores com uma tolerância de risco um pouco maior.
TESOURO SELIC
Por nunca possuir rendimento negativo, o Tesouro Selic é indicado como um reserva de segurança para qualquer cenário ou em situações onde a inflação apresente tendência de alta, uma vez que a Selic tende a subir em cenários como esses.
TESOURO IPCA+
Por proteger o investidor da inflação, é indicado em cenários onde a inflação apresente uma tendência de alta. Assim como no caso do Tesouro Prefixado, os títulos de vencimento mais longos podem apresentar forte volatilidade e não são indicados para investidores de perfil moderado.
TÍTULOS PRIVADOS
A segunda categoria de Renda Fixa são os títulos bancários, que são classificados da seguinte maneira:
CDI
CDI (Certificado de Depósitos Interbancários) é um título de renda fixa emitido por bancos e instituições financeiras para se financiarem. O CDI é negociado somente entre bancos e sua rentabilidade é bastante próxima da taxa básica de juros, a SELIC.
A rentabilidade do CDI é um indexador para os títulos privados de renda fixa, como LCI, LCA, CDB e Debêntures. A rentabilidade do título é calculada da seguinte forma:
Rentabilidade do CDI = 14% a.a
Rentabilidade do CDB do Banco X = 95% do CDI
Rentabilidade do CDI x Valor = 95% x 14% = 13,3% a.a
Valor = 13,3% a.a
CDB
É o produto financeiro mais utilizado pelos bancos para captação de recurso e assim como os títulos do Tesouro Direto pode ser prefixado ou posfixado, sendo isso determinado no momento do investimento.
As taxas dos posfixados variam de acordo com a instituição financeira emissora, sendo a mais utilizada a Taxa-DI CETIP, que é basicamente igual à Taxa Selic.
Possui regime de tributação igual ao dos títulos públicos e cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) até o limite de R$ 250.000,00.
LCA
As Letras de Crédito do Agronegócio são emitidas para captação de recursos para o agronegócio e possuem diversos indexadores de rendimento, variando de acordo com a instituição emissora.
Ao contrário dos títulos do Tesouro Direto e CDB, possui um prazo mínimo de regaste, que varia de acordo com o indexador utilizado. Caso o utilizado seja a Taxa DI-Cetip, o prazo é de 90 dias.
Para o investidor pessoa física, a LCA é interessante por possuir isenção de IR e cobertura do FGC.
Em relação ao risco de inadimplência, caso o banco deixe de pagar, o investidor pode requisitar na justiça o lastro do investimento, que pode envolver direitos creditórios vinculados a produtores rurais, suas cooperativas, e terceiros, empréstimos e financiamentos relacionados com a comercialização, produção, beneficiamento ou industrialização de produtos, insumos agropecuários, máquinas e implementos utilizados.
Considerando todas essas características, a LCA é um investimento interessante, uma vez que junta uma boa rentabilidade, isenção de imposto e uma série de garantias de segurança.
LCI
As Letras de Crédito Imobiliário captam recursos para financiamentos habitacionais e assim como a LCA possuem diversos indexadores, que afetam o tempo de resgate do título: 6 meses quando o título for atualizado mensalmente por índice de preços, 12 meses se for atualizado anualmente e 90 dias se não for utilizado índice de preço. Durante esse prazo, a emissora não poderá resgatar ou recomprar a LCI.
Os títulos também contam com a cobertura do FGC e fica vinculado à carteira de crédito imobiliário da instituição financeira, que na emissão tem que provar os lastros da operação.
Diferentemente da LCA, não possui isenção de imposto.
GLOSSÁRIO DE RENDA FIXA

TERMOS TÉCNICOS
BPS: é a convenção do mercado para descrever as variações de juros:
• 100 bps = 1%
• 1 bps = 0,01%
Taxa de Emissão: é quanto o emissor compromete-se a pagar pela dívida emitida, independente das condições de mercado.
Taxa no Mercado Secundário: taxa que o mercado negocia os papéis, independente da taxa emissão. Pode ser maior ou menor dependendo da percepção de risco do mercado.
Spread: diferença entre duas taxas de juros. Um exemplo muito conhecido é a diferença entre a taxa de juros que os bancos captam recursos e a taxa que eles emprestam.
Copom: Comitê de Política Monetária do Brasil, responsável por definir a Taxa Selic Meta a cada 45 dias.
Taxa Selic – Meta: taxa definida pelo COPOM, sendo base para diversas outras.
Apreciação cambial: é a valorização da moeda local em detrimento de uma moeda estrangeira.
Depreciação cambial: é a desvalorização da moeda local em detrimento de uma moeda estrangeira.
Inflação: é o aumento do nível geral de preços de uma economia. O índice utilizado para essa análise é o IPCA, que é calculado pelo IBGE.
Swaps Cambiais: instrumento de política cambial do BACEN, que promove a venda de dólares no mercado futuro, visando apreciar o câmbio.
Swaps Cambiais Reversos: diferencia-se do swap cambial em relação ao objetivo, que é depreciar o câmbio.
Links do artigo:
Fundo Garantir de Crédito: https://www.fgc.org.br/